13 dezembro 2006

Para além do esquecimento…


Todas as pausas
Todos os momentos
Todos os instantes perpetrados no tempo…
Todas as palavras
Todos os gestos

Olhares de uma coisa única… o esquecimento…
Todos os dias, minutos e horas
Todos os sons sussurrados ao vento, sob o luar lívido de
Todas as noites
Todos os sois de todos os tempos
Todas as impressões crepusculares

São prenúncios de esquecimento...

Todas as marcas com que nascemos
Todos os sonhos e todas as vontades
Todas as pedras desta calçada
Todas as mãos de terra lavradas
Todos os gritos que parimos mudos

São repetições de esquecimento…

O que fica impresso na pele da memória para além do esquecimento?


… O Alfa da minha percepção…
… O Ómega no íntimo universal…
… O princípio de todas as coisas…
… O fim de todos os mistérios…
… Os frutos da Árvore da Vida…
… Ou da Árvore do Conhecimento?
Qual o sentido do que está para além do esquecimento?

As coisas únicas, apenas únicas, num instante no tempo, e jamais repetidas
Os gestos e as palavras da tua e da minha vontade…

Num olhar anónimo que reflecte os teus olhos
Num sorriso apanhado na rua que me toca com os teus lábios
Como se toda a verdade fosse uma repetição dos nossos actos
E o universo não reflectisse mais do que a nossa existência…

Qual o sentido do que está para além do esquecimento?
Não será apenas a marca das tuas nas minhas mãos?

1 comentário:

Joker disse...

Não será apenas o acordar para a lembrança?

Cheers