03 novembro 2006
Crepúsculos de Esquecimento
Exorto os caminhos do sangue
Em crepúsculos de esquecimento
Em espinhos daninhos… os pés rasgados de dor.
Um estertor convulsivo, de silvas na pele
Na carne e nos nervos lacerados
Por sujas mãos de devaneio compulsivo
Num súbito desejo, fútil e cheio de nada
Construído em muros de insanidade
Que se erguem neste infinito estar aqui…
Sedentos, paridos de sentidos e
Velados, perscrutam
No intento de sentir-absorver essa verdade.
Mas, sempiterna e permanente, ela se oculta
Expectante, no rasgar dos véus
Dessa hipócrita-envolvente-ambiguidade,
De vencer sem pudor ou receio de morrer
Esses ardis furtivos da vaidade
Em laivos de permanente horror
E destruir com sede essa Vontade,
Parida, das entranhas da carne…
Mas num instante último, que recordo, escolher
Desvelar lentamente e com prazer, em enigmas seculares
O que, no lugar da memória, não é mais que uma história
Ou um segredo por contar.
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