10 novembro 2006

Desencontros


Todas as ruas são paralelas

Todas as ruas, paralelas, contêm a possibilidade
Numa perpendicular

Todas as ruas são anónimas
Todas as ruas, anónimas, contêm a possibilidade
Numa perpendicular

Todas as ruas são vazias
Todas as ruas, vazias, contêm a possibilidade
Numa perpendicular

Todas as ruas se repetem
Todas as ruas apagam a tua identidade, ao passares
Numa perpendicular

Todas as ruas que percorro
Todas as ruas que morro, me apagam
Numa perpendicular

Todas as ruas são silêncio
Todas as ruas são ausência
Mas todas as ruas que invento, ao passar, cruzam as tuas
Numa perpendicular...

4 comentários:

£ou¢o Ðe £Î§ßoa disse...

Entroncamentos de vidas...

Até outro instante!

HornedWolf disse...

No dia outro eu encontrei, entre a bruma, um subito alivio, levemente luminoso, um lugar. E ao candelabro trémulo daquele lugar, que soltava sombras e luar, uma donzela lá não estava.
E enfrentado a bruma sem vagar, fui de novo ali encontrar, tal donzela e lugar.
Ela não estava lá vez outra.
E com o passar em que tudo se transforma, passar que passa o passar, por ela me fui trespassar, por ela me fui correr e apaixonar.
Sem nunca nos perdermos, encontramo-nos sempre.
E estamos casados, em todo o momento silente.


;)
continua a devorar-nos com a àcida beleza das tuas palavras.

Joaquim Baptista disse...

Gostei muito

Luthien Numenesse disse...

Apaixonei-me pelo teu cantinho, também sou fascinada pela Alquimia, e guardei o teu link no Undomiel :)

Voltarei de certeza,
beijinhos de Luz,

Herenya Na!